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Você sabia o hábito de beber café pode ser genético?

Você já ouviu falar que seu hábito de beber café pode ser genético?

Se você bebe uma xícara de café já pensando em tomar a próxima, talvez os seus genes tenham a explicação para isso.

Pessoas que possuem a mais recente variante genética no seu DNA, a chamada PDSS2, podem ter uma tendência a beber mais xícaras de café do que outras, de acordo com um estudo publicado no The Journal Scientific Report.

“Eu fiquei muito surpreso ao encontrar um gene relacionado ao consumo do café”, afirmou Nicola Pirastu, pesquisador do instituto de Ciências da saúde e informática, da Universidade de Edimburgo, e principal autor do estudo.

“Acreditamos que a variação genética PDSS2 impacta no consumo de café através da sua velocidade de metabolização”, ele diz. “Isso tem sido observado antes da inibição feita por parte dos altos níveis de PDSS2 à expressão dos genes de metabolização da cafeína, e por fim, a velocidade com que a cafeína é quebrada.”

Os resultados reforçam a ideia de pesquisas anteriores, as quais sugerem que a informação dos nossos hábitos cotidianos está inserida em nossos genes.

Cerca de 64% dos adultos bebem ao menos uma xícara de café por dia, de acordo com uma pesquisa de 2015.

Café
Café

Para realizar o novo estudo pesquisadores analisaram dados genéticos e registros médicos de 370 pessoas de uma pequena vila o sul da Itália, e 843 pessoas de 6 vilas no norte da Itália. Os participantes do estudo também relatavam sua rotina diária de consumo de café.

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Café – Expresso

Os cientistas então perceberam que pessoas com a variação PDSS2 relataram consumir menos xícaras de café do que as pessoas sem tal variação.

Quando os pesquisadores repetiram o estudo com um grupo de 1731 participantes da Holanda, encontraram os mesmos resultados.

“Essa variação é muito comum, e cerca de 50% da população europeia apresenta ao menos uma cópia dela” diz Pirastu. Mais pesquisas são necessárias para determinar a prevalência dessa variação em outras populações, assim como tornar claro sua relação biológica com a cafeína.

Um outro estudo, publicado em 2014, relacionou meia dúzia de outras variações Genéticas no DNA humano ao volume e frequência do habito de beber café. Apesar dos diferentes modelos estatísticos abordados, pesquisas anteriores testaram algumas das mesmas variações incluídas no novo estudo.

No entanto, não se verificou relação com o consumo de café, afirma Marilyn Cornelis, professor assistente de medicina preventiva dá Universidade de Northwestern, a qual realizou o estudo em 2014.

No entanto, tudo indica que a variação encontrada influencia no consumo de café, o qual pode ser menor em relação às variações genéticas previamente identificadas, diz Corrnelis, que não participou da antiga pesquisa.

“O estudo (Mais recente) tem pouco a ver com os estudos de associação de genoma no consumo de café.” Afirma Corrnelis.

“Os genes podem assumir diferentes formas de uma pessoa pra outra. Nós podemos ter formas ativas ‘rápidas’ e ‘lentas’, e dependendo do que tivermos herdado, impactará em como nosso corpo processa nossos nutrientes metabólicos ou nutrientes alimentares, como a cafeína”, disse Ahmed El-Sohemy , professor de ciências da nutrição da universidade de Toronto, que não participou da nova pesquisa.

Geralmente as pessoas tendem a auto-regular o quanto de café consomem baseado no balanço de como a cafeína pode ser benéfica enquanto melhorador de humor, e nos resultados negativos, como na relação com ansiedade e nervosismo.

“Até o momento, a maioria dos genes identificados que influenciam no hábito de beber café codificam proteínas envolvidas no seu metabolismo“, disse Cornelis. “Os indivíduos geneticamente predispostos para consumir maiores quantidades de café provavelmente metabolizam a cafeína de forma rápida e, assim, ficam rapidamente com vontade de consumi-la cada vez mais”, disse ele.

“As pessoas também respondem de maneira diferente em relação à cafeína, e como você pode imaginar, esta resposta é um fator importante para os nossos hábitos de consumo, também.”

Os cientistas vem há muito tempo mapeando as ligações genéticas de nossas preferências alimentares, e esse tipo de pesquisa pode ajudar a revelar a biologia por trás dos comportamentos alimentares, bem como a nossa saúde, disse Pirastu.

“Eu acho que os genes, de preferência alimentar, são capazes de nos dar uma visão muito boa sobre porque as pessoas gostam ou não de certos alimentos, destacando a biologia por trás disso”, disse ele. “Isso vai nos ajudar a entender melhor não só como as pessoas se comportam, mas também o que nos permite ajudá-los a mudarem os seus comportamentos nada saudáveis.”

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